sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Todo Poderoso

Livre, destemido, imparável, incontrolável! Sou eu… Eu numa nova aventura pelos confins, nunca antes desafiados, dos quatro cantos da Terra. O sol, no alto, seguia os meus movimentos fugazes por entre o adensado negrume da Mãe Terra, que, mais uma vez, me afrontava com armadilhas inúteis, preparadas pelo seu pelotão de copas e galhos. Eu, que tudo toco e por nada posso ser tocado, ria-me, descaradamente, do fracasso desta poderosa Rainha. Também ninguém se pode queixar… São estas minhas gargalhadas que enchem uma enorme gama de seres, de pura e relaxante harmonia de espírito. São estas minhas gargalhas, que comandam a melódica sonância orquestrada pelos mais vários elementos das florestas – como o famoso ressoar das viçosas folhas, que trazem uma calma e serenidade infinitas. Que seria deste mundo sem mim?!
Sorte a vossa hoje estar bem disposto… No entanto, gosto de me regozijar com aquela raça específica, os humanos, que por vezes tanto desejavam que não existisse! Sim, eu sei muito bem! Quando se deleitam com as frescas águas do mar e eu apareço para os resfriar ainda mais… Mas admitamos, sem mim, não eram nada. Modéstias à parte, considero-me o melhor dos meus três irmãos, pois posso dizer que os influencio a todos!
Mas acima de tudo, sou eu mesmo… O mais puro que pode haver. E assim terão de viver comigo, até ao dia em que a Terra sucumbirá, e tudo o que nela uma vez foi, nunca mais o voltará a ser. Por isso, sou o que sou… E vou desfruir todos os momentos, enquanto puder ser o que mais nenhum é.

O vento…

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